Testamento de Giorgio Armani: Quem são os Herdeiros e Como Será Dividida a Fortuna Bilionária
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O testamento de Giorgio Armani foi revelado na quinta-feira (11), uma semana após a morte do icônico estilista, aos 91 anos, em 4 de setembro. No documento, o falecido bilionário expôs como sua fortuna estimada em US$ 9,6 bilhões (R$ 51,36 bilhões) será dividida e quais são os planos traçados para a futura venda ou listagem pública de sua empresa homônima.
Antes de sua morte, Armani possuía 99,9% da companhia, e a Fundação Armani, criada em 2016 para “garantir orientação contínua para a gestão futura da empresa”, detinha os 0,1% restantes.
Muito conhecido por prezar pela independência em relação a grandes grupos da moda, Armani orientou seus herdeiros a venderem uma participação de 15% no negócio em 18 meses. Ele identificou três concorrentes preferenciais: o conglomerado de luxo LVMH, do bilionário francês Bernard Arnault; a gigante francesa de beleza L’Oréal, de propriedade parcial da bilionária Françoise Bettencourt Meyers e sua família; e a EssilorLuxottica, maior empresa de óculos do mundo, de propriedade parcial dos herdeiros bilionários de Leonardo Del Vecchio (falecido em 2022), que já foi a pessoa mais rica da Itália. Por outro lado, Pantaleo Dell’Orco, braço direito de Armani há décadas, tem o poder de identificar outro comprador entre grupos de moda de luxo de porte semelhante, segundo o documento.
Dentro de cinco anos após a morte de Armani, seus herdeiros deverão vender entre 30% e 54,9% da empresa para o mesmo comprador ou abrir o capital da companhia em uma bolsa de valores italiana ou em um mercado internacional de prestígio semelhante. Até lá, a empresa permanecerá nas mãos de seus conselheiros mais próximos e familiares.
Quem são os herdeiros da Armani
De acordo com o testamento, a fundação passará a deter 10% das ações. Dell’Orco, de 72 anos, herdará 30% da empresa. Os 60% restantes serão divididos igualmente entre a irmã de Armani, Rosanna Armani, de 86 anos; seu filho Andrea Camerana, de 55 anos; e as sobrinhas Silvana Armani, de 69 anos, e Roberta Armani, de 54 anos, filhas de seu falecido irmão, Sergio. Os direitos de voto permanecerão em grande parte nas mãos de Dell’Orco e da fundação, que controlarão, em conjunto, 70% dos votos.
Essa estrutura durará apenas até a primeira transação, quando os cinco herdeiros de Armani venderão uma participação de 15% ao novo comprador e também transferirão outros 15% para a fundação. Eles terão direito ao lucro líquido dessa primeira venda e ao produto da venda de mais 30% da empresa, novamente em um prazo de cinco anos, limitando seus ganhos a 45% do valor da companhia. Dell’Orco receberá 32% desses recursos, o equivalente a 14% do valor de venda da empresa, enquanto cada um dos outros quatro herdeiros ficará com 17%, aproximadamente o produto da venda de 7,7% das ações da grife. Independentemente do que aconteça, a participação da Fundação na companhia jamais poderá ser inferior a 30,1%.
Dell’Orco, que ingressou na empresa em 1977, dois anos após sua fundação em Milão, orientará o processo de vendas. Ele lidera a divisão de moda masculina há décadas e atua como diretor-geral. Assumiu um papel mais público a partir de 2021, quando subiu ao palco ao lado de Armani pela primeira vez na Semana de Moda de Milão.
Os outros herdeiros também ocupam cargos importantes. Silvana começou como modelo para outros estilistas, mas hoje lidera a linha de roupas femininas e é vista como a sucessora estilística do tio. Roberta ocupa há muito tempo o cargo de chefe de comunicações globais e VIP, liderando as parcerias da marca com estrelas de Hollywood. Ela também foi casada com Angelo Moratti, filho do falecido bilionário do refino de petróleo Gian Marco Moratti, de 1997 a 2007.
Andrea Camerana, filho de Rosanna e de Carlo Camerana — bisneto de Giovanni Agnelli, fundador da Fiat e patriarca da família Agnelli — é membro do conselho. Rosanna, única irmã viva de Armani, não parece ter cargo formal na empresa.
O patrimônio dos herdeiros
A Forbes avalia a empresa Armani em cerca de US$ 5,6 bilhões (R$ 29,96 bilhões). O restante da fortuna de seu fundador, composta por sua participação estimada em 2% no conglomerado EssilorLuxottica, avaliado em US$ 143 bilhões (R$ 765,05 bilhões), além de um superiate de 213 pés, propriedades em cinco países e dinheiro e outros investimentos, chega a aproximadamente US$ 4 bilhões (R$ 21,4 bilhões), segundo estimativas da revista.
Graças à herança, a Forbes estima que todos os cinco herdeiros de Armani sejam agora bilionários. Dell’Orco é o mais rico, com patrimônio de US$ 2,3 bilhões (R$ 12,3 bilhões), seguido por Silvana Armani, avaliada em US$ 1,1 bilhão (R$ 5,88 bilhões). Roberta Armani, Andrea Camerana e Rosanna Armani têm patrimônio estimado em US$ 1 bilhão (R$ 5,35 bilhões) cada.
Ainda não se sabe a que preço os herdeiros conseguirão vender uma participação na obra de sua vida. A grife teve um ano difícil em 2024, reportando Ebtida de quase US$ 430 milhões (R$ 2,3 bilhões) sobre uma receita de US$ 2,5 bilhões (R$ 13,37 bilhões), queda de 24% e 6%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
“Embora ciente da desaceleração do mercado já evidente no segundo semestre de 2023 e dos muitos desafios decorrentes do contexto internacional, continuei a operar com os olhos no futuro”, escreveu Armani em um comunicado na época. Agora, a empresa terá de sobreviver sem seu lendário criador.
O futuro da Armani
Ainda assim, a marca de 50 anos mantém enorme prestígio na indústria da moda e será alvo dos três concorrentes citados no testamento. A LVMH é o maior grupo de luxo do mundo, com nomes como Christian Dior, Louis Vuitton e Fendi. Isso pode torná-la uma opção natural, dado o histórico de Arnault na construção de um império que abrange 75 marcas.
“Giorgio Armani homenageou a LVMH ao nos nomear como um potencial parceiro para a excepcional grife que ele construiu. Sou um grande admirador de seu talento”, disse Arnault em comunicado à Forbes. “Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente. Ele foi um verdadeiro gênio, o único grande costureiro, ao lado de Christian Dior, a construir e liderar uma marca global, tanto em estilo quanto em indústria. Se trabalhássemos juntos no futuro, a LVMH estaria comprometida em fortalecer ainda mais sua presença e liderança mundial.”
Embora a L’Oréal e a EssilorLuxottica sejam menores que a LVMH e não possuam casas de moda próprias, já mantêm laços estreitos com Armani. A L’Oréal tem contrato até 2050 para produzir perfumes, cosméticos e maquiagens da marca. Já a EssilorLuxottica possui acordo de licenciamento para fabricar e distribuir os óculos da grife até 2038 — parceria que começou em 1988, quando Armani e Del Vecchio transformaram os óculos em acessórios de luxo.

Giorgio Armani e Leonardo Del Vecchio em um evento da Luxottica em Milão, em fevereiro de 2023
“Estamos orgulhosos da confiança que o Sr. Armani depositou em nosso grupo e em nossa gestão”, disse um porta-voz da EssilorLuxottica. “Avaliaremos cuidadosamente essa perspectiva em conjunto com o conselho, pois ela merece consideração à luz dos laços profundos que já unem os dois grupos.” A L’Oréal não respondeu a pedidos de comentário.
Esses vínculos podem dar vantagem à EssilorLuxottica ou à L’Oréal sobre a LVMH. “Elas serão as mais motivadas”, afirmou Luca Solca, analista da Bernstein. “A LVMH pode estar interessada, mas parece mais forte em artigos de couro do que em moda.”
O império imobiliário de Giorgio Armani
Fora da empresa, Armani também dividiu seu império imobiliário entre os familiares. Por meio da holding L’Immobiliare, possuía uma casa em um edifício do século XVII no centro de Milão; uma vila na ilha mediterrânea de Pantelleria, com telhados de pedra vulcânica; uma mansão rural em Broni, a uma hora de carro de Milão; uma casa de aproximadamente 700 metros quadrados com piscina em Saint-Tropez, na França; e uma propriedade à beira de um penhasco em Antígua, no Caribe. A holding também é dona do iate Main, de casco verde-escuro, conveses de teca e interiores assinados pelo próprio Armani. Dell’Orco, Rosanna, Silvana e Camerana dividirão esses bens.
Além disso, Armani possuía um apartamento em Paris, no 6º arrondissement, perto do Sena; um chalé do século XVII em St. Moritz, na Suíça; uma casa com piscina em Forte dei Marmi, na Itália; e dois apartamentos em Nova York, incluindo uma cobertura no Central Park e outro no Giorgio Armani Residences, em Manhattan. Camerana herdará a casa em St. Moritz; Rosanna, Silvana e Camerana ficaram com um dos apartamentos em Nova York, enquanto Dell’Orco herdará o outro; Silvana ficou com o apartamento em Paris. Ao contrário dos demais, Roberta não recebeu imóveis.
Armani não deixou detalhes ao acaso: indicou quem teria acesso a cada residência (Michele Morselli, chefe da L’Immobiliare, poderá ocupar um dos apartamentos em Nova York, além das casas de Saint-Tropez e Pantelleria) e como seriam divididos os móveis de sua residência em Milão (uma pintura de Matisse e presas de elefante para Rosanna; um retrato de Warhol e fósseis para Dell’Orco).
Os familiares não foram os únicos beneficiários. Morselli recebeu 100 mil ações da EssilorLuxottica no valor de US$ 30 milhões (R$ 160,5 milhões), além de US$ 38 milhões (R$ 203,3 milhões) em títulos do governo italiano. Quatro executivos da Armani receberam 7.500 ações cada, avaliadas em cerca de US$ 2 milhões (R$ 10,7 milhões). Armani também destinou US$ 3,6 milhões (R$ 19,3 milhões) a um fundo fiduciário criado por Rosanna para seus dois netos. Quanto aos cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) restantes em dinheiro e investimentos, 40% foram destinados a Dell’Orco, enquanto os outros quatro herdeiros dividiram igualmente os 60% finais.
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